Cirurgia da Obesidade

Não se trata apenas de perder peso é conquistar qualidade de vida

Podemos definir a obesidade como uma doença crônica, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que traz prejuízos à saúde da pessoa.

O Brasil e o mundo vivem uma verdadeira epidemia de obesidade. Para se ter uma idéia da gravidade do problema, cerca de 50% da população no Brasil está acima de seu peso corporal ideal, sendo 10% destes com obesidade grave (mórbida).

A obesidade é uma doença, não um distúrbio da força de vontade, como algumas vezes é implicada. As evidências fisiológicas, bioquímicas e genéticas são avassaladoras, mostrando que a obesidade clinicamente grave é um distúrbio complexo.

Quanto maior o grau da obesidade, maior a ocorrência de doenças associadas, dificuldades psicológicas e sociais. A obesidade mórbida diminui a qualidade e a expectativa de vida, portanto o obeso mórbido "vive mal e menos".

Vários estudos mostram que somente 10% dos obesos conseguem perder peso a longo prazo com dietas, exercícios, medicação e suporte psicológico. Os fracassos frequentes dos tratamentos clínicos ocorrem sob a forma do "efeito sanfona".

Esta doença decorre essencialmente de 4 fatores:

1) Hereditariedade (fator genético ou familiar)

2) Fatores ambientais, sociais, econômicos e culturais (hábitos e costumes)

3) Psicológico (compulsão alimentar e outros)

4) Doenças hormonais

As pessoas, no entanto, engordam por um simples motivo: consomem mais calorias do que gastam. Se o corpo não usa a energia que ingeriu, por meio de atividades físicas, essa energia se transforma em gordura e se acumula no corpo, causando o aumento de peso.

Como determinar se uma pessoa é obesa?

Existem diversas maneiras de avaliar a obesidade. A mais utilizada é o índice de massa corpórea (IMC):

De acordo com o IMC as pessoas são:

• Normais: de 19 a 25 kg/m²

• Acima do peso: de 25 a 30 kg/m²

• Obesidade de grau I: de 30 a 35 kg/m²

• Obesidade de grau II: de 35 a 40 kg/m²

• Obesidade de grau III: mais de 40 kg/m² (obesidade mórbida)

Doenças causadas pela Obesidade Mórbida

• Colestorel Alto

• Cálculo Bilar

• Infertibilidade

• Problemas do Coração

• Refluxo Gastroesofágico / Azia

• Apneia do Sono / Problemas Respiratórios

• Diabetes Tipo 2

• Depresão

• Irregularidades Menstruais

• Hipertensão Arterial / Cardiopatia

• Osteoartrite

• Incontinência Urinária

• Cancêr

E a Cirurgia?

Desde que o procedimento seja realizado em centros especializados com atenção de equipe multidisciplinar, os resultados são muito bons. A cirurgia por via de acesso laparoscópico apresenta risco muito baixo e rápida recuperação, sendo que a maioria dos pacientes retorna às atividades normais em cerca de 7 a 12 dias e, em 30 dias, está liberado para realização de atividade física.

Qualquer que seja a escolha técnica, é importante que os operados e candidatos à cirurgia tenham pleno conhecimento de que, na verdade, a opção não é por uma cirurgia, mas sim, por um programa de tratamento que também envolva mudanças profundas do estilo de vida com reeducação alimentar, atividade física regular e acompanhamento. Suplementação protéico-vitamínico-mineral faz parte do tratamento e vai depender da evolução de cada paciente e de resultados de exames que devem ser realizados periodicamente pelos operados.

A Equipe Multidisciplinar tem o papel de estimular as pessoas no seu processo de transformação, propondo um novo estilo de vida através da alimentação, do movimento e na retirada dos rótulos impostos pela obesidade, resgatando a auto estima e a busca do prazer em novas atividades.

Objetivos do Tratamento Cirúrgico

O tratamento cirúrgico é clinicamente necessário porque é o único método comprovado de obter controle de peso a longo prazo para os obesos mórbidos. Não é um procedimento estético e não faz a remoção de tecido adiposo (gordura). A cirurgia bariátrica (obesidade) envolve reduzir o tamanho do reservatório gástrico com ou sem um grau de má absorção intestinal associada. Isso reduz a ingesta calórica e assegura que o paciente pratique modificação de comportamento pela ingestão de pequenas quantidades lentamente e mastigando muito bem cada bocado. A opção pelo tratamento cirúrgico é sustentada pelo princípio de que devemos tratar a obesidade para prevenir e/ou melhorar as doenças associadas.

Em relação aos tipos de cirurgias, as duas mais utilizadas são:

Bypass Gástrico (Fobi-Capella)

Envolve uma redução do estômago de cerca de 85% associada com derivação intestinal, de modo a deixar o intestino de um a dois metros mais curto.

Gastrectomia Vertical (Sleeve)

Resulta em um estômago com um terço de seu tamanho original sem nenhum procedimento intestinal.

Cada uma delas apresenta padrão de indicação específico, sendo a escolha final dependente da opinião do cirurgião, equipe multidisciplinar e paciente.

Nessa primeira fase da cirurgia realizada pelo modo convencional (cirurgia aberta), o procedimento foi sendo pouco a pouco reconhecido e mais difundido. Entretanto, a maior difusão ocorreu depois do ano 2000, com a abordagem minimamente invasiva por laparoscopia, com vantagens importantes. Desta forma, o número de cirurgias apresentou aumento considerável, colocando o Brasil como o país com o segundo maior número de cirurgias bariátricas do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos da América, posição que ocupa até hoje.

Procedimento Laparoscópico

Quando realiza-se uma operação laparoscópica, uma pequena câmera é inserida no abdômen do paciente, permitindo que o cirurgião conduza e visualize a cirurgia através de um monitor de vídeo. A câmera e os instrumentos cirúrgicos geralmente são inseridos por pequenas incisões feitas na parede abdominal.

Benefícios da Cirurgia Laparoscópica

• Menos dor operatória;

• Menos infecção nas incisões;

• Menos ocorrência de hérnias incisionais;

• Rápida recuperação e retorno à atividade.

Quais os Riscos do Tratamento Cirúrgico?

Toda pessoa que pretende se submeter ao tratamento cirúrgico tem que estar ciente dos riscos e conseqüências que se corre em uma intervenção cirúrgica deste porte.

É muito importante mencionar que a cirurgia não é recomendada por motivos estéticos. Esta é uma cirurgia radical, que pode ser definitiva. Seu objetivo é tornar a vida do paciente mais saudável e mais longa.

Concluindo

A obesidade é um assunto que tem de ser encarado com muita responsabilidade e cuidado. Transformar uma pessoa física, emocional e socialmente marginalizada, numa pessoa comum e igual às outras, traz muita satisfação para o médico e para o paciente. É como assistir a um renascimento. É claro que há exceções, que podem e devem ser contornadas. Contudo, como regra geral, vencer a obesidade grave tratando-a cirurgicamente é motivo de grande prazer.

Se você está lutando contra seu peso e acha que pode ser um candidato à cirurgia, seu médico é o melhor recurso para entender sua própria situação. Estaremos à disposição para ajudar-lhe a decidir a melhor opção.

Perez de Almeida Aguiar

MÉDICO

CRM-MG: 29821

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