Cálculos (ou pedras) na vesícula biliar é um problema muito comum. Até 20% da população pode desenvolver cálculos durante a vida. A principal manifestação clínica é dor biliar, caracterizada por cólicas intermitentes no abdome superior com irradiação para o dorso, porém a maioria dos pacientes não apresentam sintomas.
A vesícula biliar está localizada na parte superior direita do abdome direito, abaixo do fígado. A sua função pode ser descrita de uma forma simples: armazenar a bile produzida no fígado e liberá-la para o intestino em quantidade adequada para facilitar a digestão e a absorção de gordura através solubilização fornecida pelos ácidos biliares.
As pedras são precipitações de componentes da bile. O desequilíbrio destes componentes biliares pode ser causado por:
• Alterações na produção e excreção da bile pelo fígado;
• Alimentos ricos em gordura e colesterol;
• Alteração na concentração da bile na vesícula biliar;
• Perda de ácido biliar devido a outras doenças intestinais;
• Colonização da vesícula biliar por bactérias intestinais.
Apesar das manifestações clínicas não depender do tipo de cálculo (apesar do tamanho interferir), temos predominância dos cálculos de colesterol (70% a 90%), seguidos dos pigmentados (10% a 30%).
Em geral, os cálculos biliares são assintomáticos. Estima-se que entre os pacientes assintomáticos 2% a 4% irão manifestar sintomas a cada ano. Quando a saída vesícula biliar é obstruída por cálculos, ela torna incapaz de contrair e esvaziar normalmente, com isso a dor no abdômen superior direito irradiando para as costas e ombro direito pode ocorrer. Náuseas, vômitos e calafrios podem estar presentes de acordo com a intensidade da crise ou presença de infecção. Se ocorre uma obstrução no ducto biliar comum (que drena o fígado e a vesícula), icterícia (amarelamento da pele), urina escura (cor de Coca-Cola) e fezes claras podem ocorrer. Essa circunstância, associada à febre e calafrios exige internação imediata e tratamento. Pancreatite biliar é outra manifestação dos cálculos biliares, sendo esta uma das complicações mais temidas. Cálculos biliares também estão associados à neoplasia de vesícula, mas esta enfermidade é de ocorrência rara.
• Mulheres multíparas acima de 40 anos é o grupo mais prevalente. Durante a gravidez, o desequilíbrio hormonal e diminuiu esvaziamento da vesícula biliar. As mulheres têm mais cálculos biliares do que os homens, provavelmente por causa do metabolismo hormonal feminino.
• Indivíduos obesos também são mais acometidos por cálculos biliares.
• Pessoas que se submetem a longos períodos de jejum, em dietas restritivas para emagrecer (inclusive pós-cirurgia de obesidade) ou dieta rica em gorduras também podem apresentar esta doença.
• Pacientes com doenças metabólicas (diabetes, cirrose hepática), intestinais (doença de Crohn, retocolite ulcerativa, intestino curto) e doenças hematológicas (anemia falciforme, esferocitose).
A ultrassonografia abdominal é o exame mais importante neste diagnóstico, sendo a ressonância nuclear magnética reservada para casos especiais. Exames de sangue para excluir complicações são sempre necessários.
O tratamento para cálculos biliares é a cirurgia da vesícula biliar (colecistectomia).
Apenas seu médico pode avaliar a necessidade de cirurgia.
Ela é realizada através de via laparoscópica (pequenas incisões na pele), sendo considerada uma das cirurgias mais seguras do mundo.
A recorrência de cálculo biliar nas vias biliares é observada em cerca de 5% dos pacientes operados. Os sintomas são os mesmos do período pré-cirurgia, acompanhado com maior frequência de icterícia (amarelamento da pele) devido a obstrução do ducto biliar comum.
Se esta recorrência é diagnosticada, os cálculos biliares podem ser tratados com sucesso por endoscopia (remoção dos cálculos biliares pela boca, através de uma abertura da saída do ducto biliar principal para o intestino).
Como existe um defeito na formação e a solubilização dos componentes da bile, novos cálculos podem se formar no ducto biliar mesmo sem a vesícula.
• Complicações associadas à presença de colecistolitíase (pedra na vesícula):
- Dor biliar típica (cólica biliar);
- Colecistite aguda (inflamação/infecção da vesícula);
- Migração de cálculos para os canais biliares (coledocolitíase);
- Pancreatite biliar (inflamação do pâncreas decorrente da coledocolitíase).
• Suspeita ou risco de malignidade:
- Cálculos maiores que 3 cm;
- Pólipos maiores que 1 cm;
- Vesícula escleroatrófica.
• Pacientes sem sintomas associados aos cálculos na vesícula, porém com:
- Expectativa de vida maior que 20 anos;
- Microcálculos (pedras menores que 0,3 cm);
- Doença hemolítica crônica (por ex: esferocitose, anemia falciforme);
- Candidatos à transplante de órgãos;
- Desejo do paciente.
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